Prótese do Quadril

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Artrose e Viscosuplementação

Prótese do Quadril

( Artroplastia )

Na década de 60, o cirurgião ortopedista Sir John Charnley trabalhando ao lado de engenheiros na Inglaterra desenvolveu a moderna artroplastia total de quadril. Tal operação consistia em remover a cabeça do fêmur, sendo esta substituída por uma esfera metálica na ponta de uma haste (componente femoral) que se encaixava dentro do fêmur, que tem um canal oco. A parte da bacia, no acetábulo, era posicionada uma peça de plástico (componente acetabular), onde se articulava a cabeça metálica. Ambos os componentes eram fixados ao osso com cimento de metilmetacrilato.

O sucesso desse procedimento desencadeou uma série de pesquisas científicas que levaram ao desenvolvimento de melhores técnicas cirúrgicas, evolução na qualidade do material dos implantes, diminuindo tempo de cirurgia, riscos anestésicos, e aumentando a durabilidade das próteses.

Há vários tipos e desenhos das próteses, mas basicamente se dividem em cimentadas, não-cimentadas e híbridas e são indicadas observando-se a densidade mineral do osso e preferência técnica do cirurgião.

Uma prótese cimentada é aquela onde tanto o componente femoral quanto o acetabular são fixados ao osso por cimento de metilmetacrilato, uma prótese não-cimentada a fixação é por crescimento ósseo para o interior das porosidades nos componentes metálicos (osteointegração) e em uma prótese híbrida o componente femoral é cimentado e o acetabular não-cimentado.

Antes de se realizar a cirurgia, o paciente deve realizar exames (laboratório, eletrocardiograma, radiografias) que são todos requisitados pelo médico ortopedista ou pelo clínico que o acompanha e que serão avaliados pelo anestesista.

O tempo de internação varia de 4 a 7 dias, dependendo da recuperação pós- operatória de cada paciente. No primeiro dia após a cirurgia, são orientados exercícios no leito hospitalar, com acompanhamento de um fisioterapeuta. No segundo ou terceiro dia, geralmente, o paciente é estimulado a sair do leito e iniciar pequenas caminhadas com o uso de muletas ou andador, aumentando a distância nos dias seguintes. São orientadas algumas posições que devem ser evitadas como sentar em cadeiras baixas, agachar-se, cruzar as pernas e girar a perna para dentro, por um período de seis semanas (tempo de cicatrização da cirurgia).

O paciente recebe alta hospitalar e retorna ao consultório após 14 a 21 dias para novas orientações, avaliação da ferida operatória e retirada de pontos. O uso das muletas é indicado por 6 a 8 semanas desde a cirurgia, podendo ser indicada por mais tempo dependendo da avaliação do médico. Nova avaliação é realizada com 2 meses, 4 meses, 6 meses, 1 ano e depois a cada ano.

A artroplastia total do quadril é um exemplo de um dos maiores sucessos da ortopedia no século XX. As possibilidades são que 95% das vezes não ocorram problemas graves. Porém, como em qualquer outro procedimento cirúrgico, existem complicações precoces e tardias. As mais comuns são:

1- Tromboembolismo: deve ser prevenido com medicações anti-coagulantes e meias elásticas após a cirurgia, exercícios fisioterápicos ainda durante a internação hospitalar e seguidos em casa a na clínica de fisioterapia,

2- Luxação: é mais comum nas seis primeiras semanas (a prótese sai do lugar) onde o tecido cortado na cirurgia ainda está cicatrizando e algumas posições devem ser evitadas como sentar em cadeiras baixas, agachar-se, cruzar as pernas e girar a perna para dentro,

3- Discrepância de Membros Inferiores: é a complicação mais comum, minimizada com planejamento criterioso pré-operatório e tratada normalmente com uso de palmilha na perna menor,

4- Lesão nervosa: ocorre uma dificuldade de movimentação do pé para cima e diminuição da sensibilidade da perna e do pé, mas na maioria dos casos há recuperação espontânea em até 1 ano (Neuropraxia),

5- Infecção: é prevenida principalmente com antibiótico endovenoso, injetado geralmente pelo médico anestesista momentos antes de começar a cirurgia e seguido durante 24h,

6- Afrouxamento Asséptico: a prótese solta do osso, sem infecção, devendo ser trocada. É uma complicação tardia (ocorre alguns anos após a cirurgia), e é determinada pelo emprego correto das técnicas cirúrgicas e também pela qualidade do material da prótese.

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