O quadril, para o médico, é a junção do fêmur (osso da coxa) com a bacia. As pessoas leigas referem-se à região da nádega como sendo o quadril, mas não é uma determinação adequada. A articulação do quadril é uma junta entre uma esfera (cabeça do fêmur) e uma cavidade (acetábulo), sendo estes cobertos por uma cartilagem, com espessura de aproximadamente três milímetros.
As principais funções do quadril são suportar o peso do corpo e oferecer movimento para locomoção.
Diferentemente de outras articulações, como o ombro e o joelho, o quadril é dependente, quase que exclusivamente, do seu arcabouço ósteo-cartilaginoso. Portanto, pequenos desalinhamentos ou mínimas alterações da congruência articular, devido ao suporte do peso, levarão ao desgaste da cartilagem articular.
A doença mais comum do quadril é a ARTROSE, que é o resultado do desgaste da cartilagem articular. Há outros termos que podem ser usados para designar essa doença, como osteoartrose, doença degenerativa articular, artrite degenerativa e coxartrose. A artrose pode ser de dois tipos: primária, quando o processo ocorre sem causa aparente, e secundária, quando o processo ocorre por uma causa conhecida ou preexistente, como: osteonecrose da cabeça femoral, sequela de fratura, Doença de Legg-Calvé-Perthes, luxação congênita do quadril, artrite reumatoide, artrite séptica, espondilite anquilosante, Doença de Paget, impacto femoroacetabular, entre outros.
A dor provocada pelos problemas do quadril é sentida geralmente na virilha, irradiando pela coxa até o joelho, não sendo raro o paciente procurar o médico acreditando que o problema está no joelho e não no quadril.
Para o diagnóstico, além da história clínica de dor progressiva, o paciente apresenta- se também com limitação na movimentação do quadril, até rigidez articular, crepitação (estalido), claudicação (dificuldade para caminhar), dificuldade progressiva para vestir meias ou amarrar sapatos e até dificuldade para se levantar de cadeiras com assentos muito baixos. Para se comprovar a hipótese de artrose o exame complementar mais utilizado é a radiografia, onde se observam os sinais característicos: diminuição do espaço articular, esclerose subcondral, presença de osteófitos e geodos (cistos).
O tratamento da artrose do quadril pode ser dividido em conservador e cirúrgico.
No tratamento conservador estão incluídos medicações, fisioterapia e medidas para diminuir a carga no quadril, como uso de bengalas e perda de peso. Para evitar problemas circulatórios e cardíacos causados pela diminuição de atividades são recomendados exercícios como: natação, hidroginástica, pilates e uso de bicicletas.
O tratamento cirúrgico deve ser indicado naqueles casos onde não se observa alívio dos sintomas com medidas conservadoras, e os tipos de procedimentos cirúrgicos podem ser divididos em osteotomias (femorais e/ou acetabulares), artrodeses ou artroplastias. A indicação do melhor tratamento para cada caso é uma decisão conjunta do ortopedista e do paciente.