( Fibromatose Palmar )
O que é?
A doença de Dupuytren é uma condição na qual o colágeno da mão presente na fascia palmar sofre uma alteração na sua forma, engrossa e ao mesmo tempo contrai parecendo uma corda, que ocasiona a flexão dos dedos para dentro em direção à palma da mão. Ela apresenta outros nomes como Fibromatose Palmar ou Moléstia de Dupuytren.
O desenvolvimento da doença geralmente ocorre muito lentamente ao longo de muitos meses, ou mesmo anos, embora em casos raros possa se desenvolver subitamente. Pode afetar qualquer um dos dedos sendo o anelar e o mínimo os dedos mais afetados. Pode ocorrer em apenas uma mão ou em ambas as mãos ao mesmo tempo.
Quem é afetado e quais são as causas?
O Dupuytren é uma condição relativamente comum, mas sua causa não é totalmente compreendida. Na maioria dos casos, não ocorre antes dos 50 anos de idade e é mais comum em homens do que em mulheres.
Existe um componente genético importante, sendo mais comum em descendentes de Europeus. Outros fatores de risco relacionados com a doença são:
-Diabetes;
-Tabagismo;
-Trabalho manual repetitivo, principalmente associado a vibrações;
-Abuso de álcool (particularmente quando a doença do fígado também está presente);
Qual é o quadro clínico?
Muitas vezes, o primeiro sinal da condição é um nódulo indolor na palma da mão perto da base dos dedos. Isso pode ser seguido por uma sensação de aperto e/ou sensibilidade nos dedos. Conforme a condição progride, é difícil endireitar completamente os dedos e pode haver ondulações e franzimentos da pele sobre a área. Eventualmente, a contratura dos dedos pode tornar-se tão grave que eles não podem ser usados.
A condição não é dolorosa em si mesma. Entretanto, alguma dor pode ser sentida se os dedos forem forçados a se endireitarem. Em alguns casos, os músculos da mão podem ficar enfraquecidos e desperdiçados por não poderem ser usados adequadamente.
À medida que a condição progride, a fibromatose palmar pode limitar a capacidade de realizar determinadas tarefas, como digitar e agarrar objetos, e a mão afetada pode ser pega ao tentar entrar em lugares estreitos, como um bolso.
Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente pela história e exame físico, não sendo necessário geralmente nenhum exame de imagem para confirmação da patologia.
Tratamento
O tratamento do Dupuytren varia desde o acompanhamento até o tratamento cirúrgico. Infelizmente, não existem medidas terapêuticas a serem realizadas de tratamento conservador para melhorar a doença ou mesmo evitar a progressão da mesma. A doença progride na sua velocidade, que é variável de um paciente ao outro, independente de outras medidas.
Quando a doença evolui a ponto de o paciente não ser capaz de encostar a palma da mão na mesa, o tratamento cirúrgico é indicado.
Dentre as opções de cirurgia, existe a aplicação de uma enzina produzida por uma bactéria que tem por objetivo “corroer” a corda, porém esse procedimento ainda não é autorizado pela Anvisa e, portanto, não utilizado ainda no Brasil.
No entanto, o procedimento cirúrgico mais utilizado é a fasciectomia parcial, que consiste na resseção da corda e, consequentemente, na melhora do posicionamento do dedo.
O pós-operatório consiste em um período curto de imobilização seguido por uma reabilitação precoce para ganho de arco de movimento. Pode ser necessário a utilização de órteses dinâmicas com o intuito de fletir e estender o dedo.
Cabe lembrar que o tempo e a gravidade da contratura são determinantes no resultado funcional final bem como a realização correta da reabilitação no pós-operatório.