O quadril, para o médico, é a junção do fêmur (osso da coxa) com a bacia. As pessoas leigas referem-se à região da nádega como sendo o quadril, mas não é uma determinação adequada. A articulação do quadril é uma junta entre uma esfera (cabeça do fêmur) e uma cavidade (acetábulo), sendo estes cobertos por uma cartilagem, com espessura de aproximadamente três milímetros.
As principais funções do quadril são suportar o peso corpóreo e oferecer movimento para a locomoção.
O labrum acetabular é uma estrutura de fibrocartilagem que se fixa ao rebordo do acetábulo, em forma de “C” ou ferradura, aumentando a contenção da cabeça femoral na articulação, fazendo com que ocorra maior estabilidade articular. Além disso, por maior área de contato entre os ossos, o labrum contribui para distribuição de carga no quadril, principalmente durante a marcha.
As lesões labrais e da cartilagem acetabular adjacente têm levado à extensa produção científica onde se busca entender os mecanismos de formação dessas lesões, principalmente em relação ao Impacto Femoroacetabular. Este, basicamente, se divide em dois tipos: 1- tipo pincer: por mudança de angulação (retroversão) acetabular e 2- tipo CAME: por alteração (retificação) da concavidade anterior do colo femoral.
A dor provocada pelos problemas de quadril é sentida geralmente na virilha, irradiando pela coxa até o joelho, não sendo raro o paciente procurar o médico acreditando que o problema está no joelho e não no quadril.
Para o diagnóstico, além da história clínica de dor progressiva, o paciente apresenta-se também com limitação de movimentação do quadril, bloqueio articular, crepitação (estalido) e claudicação (dificuldade para caminhar).
O tratamento das lesões do quadril pode ser dividido em conservador e cirúrgico.
* No tratamento conservador estão incluídos medicações e fisioterapia, esta principalmente baseada em exercícios de alongamento, consciência corporal e orientações quanto a atividades que possam ser irritativas à articulação.
* O tratamento cirúrgico deve ser indicado naqueles casos onde não se observa alívio dos sintomas com medidas conservadoras. Os procedimentos se dividem em: artroscopia (difundida pelos americanos), luxação cirúrgica e osteotomias (métodos preferidos na Europa). A escolha da técnica é definida em conjunto pelo cirurgião e paciente.