Tendinite de De Quervain
O que é?
A tenossinovite estenosante do primeiro compartimento extensor, igualmente denominada Tendinite de De Quervain, que foi descrita por esse cirurgião suíço, é uma condição dolorosa que afeta os tendões do lado do polegar do punho. Esses tendões passam por um túnel fibroso que em casos de inflamação causam dor e impotência funcional no polegar. Se o tendão está inflamado, o atrito ao movimentar o polegar irá causar dor, principalmente para algumas atividades como girar uma chave ou porta, agarrar algum objeto ou mesmo para fechar os dedos.
Quais são as causas?
Embora a causa exata da doença não seja conhecida, qualquer atividade que se baseie em movimentos repetitivos da mão ou do punho (como trabalhar no jardim, jogar golfe, esportes de raquete ou levantar o bebê) pode piorar a situação.
A Tendinite de De Quervain é causada por uma irritação dos tendões no seu túnel osteo fibroso. Geralmente essa irritação é causada por uma sobrecarga na utilização da mão, sendo muito comum em mulheres jovens com filhos menores de um ano (devido a forma que segura o filho para a amamentação e a variação hormonal associada).
Em alguns casos pode ser decorrente de uma sequela de fratura de rádio distal por atrito ósseo.
Os sintomas da tenossinovite incluem:
-Dor perto da base do seu polegar;
-Inchaço perto da base do seu polegar;
-Dificuldade em mover o polegar e o punho quando você está fazendo algo que envolve segurar ou beliscar;
– E menos comum, uma sensação de “travar” em seu polegar ao movê-lo.
Se a condição for longa demais sem tratamento, a dor pode se espalhar ainda mais no polegar, no antebraço ou a ambos. Beliscar, agarrar e outros movimentos do polegar e do punho agravam a dor.
Diagnóstico:
O diagnóstico é clínico através da anamnese e exame físico. Em casos mais atípicos a ultrassonografia do punho pode ser solicitada.
Tratamento:
O tratamento inicial da tendinite de de quervain é conservador, se baseando na retirada da carga local, que é obtida através da utilização de uma órtese de punho incluindo o polegar sendo inicialmente utilizada integralmente e, posteriormente, de utilização somente noturna. Associado a órtese, a prescrição de anti-inflamatórios e fisioterapia pode ser ajudar na melhora do quadro.
Em caso de falha do tratamento conservador inicial, pode ser realizada uma infiltração local, à critério do cirurgião de mão, sendo em alguns casos o tratamento cirúrgico indicado no lugar.
O tratamento cirúrgico consiste em uma pequena incisão na pele e liberação do túnel que se encontra estreito. Apesar de um procedimento cirúrgico corriqueiro, a cirurgia de liberação do primeiro túnel extensor apresenta alguns pontos chave que precisam ser meticulosamente realizados a fim de diminuir a taxa de insucesso, como o cuidado em identificar e preservar o nervo sensitivo radial, a verificação da liberação completa dos tendões que por vezes apresentam túneis acessórios e mais raramente a instabilidade dos tendões após a liberação. Por isso, sempre realize o procedimento com um profissional habilitado, como um Cirurgião da Mão que seja credenciado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão.
O pós-operatório inicial é feito com a utilização de uma tala de punho (sem incluir o polegar) por um período de 4 semanas a fim de manter o punho em uma posição na qual o tendão desloque de seu sulco.
Geralmente não é necessário tratamento com fisioterapia para recuperar força ou movimento. Cuidados gerais com as cicatrizes são de suma importância para a cicatriz ser a mais imperceptível o possível.